Brasil e México se destacam como líderes na cadeia logística da América Latina, apresentando uma estimativa de mercado consideravelmente superior em relação aos outros países da região.

Mercado logístico América Latina

O mercado logístico da América Latina é bastante sólido e tem atraído investimentos de grandes empresas globais. Nos próximos três anos, espera-se que o setor logístico gere mais de US$784 bilhões, o que equivale a cerca de R$4,4 trilhões em conversão direta - de acordo com projeções da Allied Market Research.

Nesse contexto, a DHL Supply Chain anunciou, no meio do ano passado, que investirá até 2028 € 500 milhões — aproximadamente R$2,6 bilhões em conversão direta — na América Latina.

O Brasil e o México serão as prioridades da empresa na região, e isso não é por acaso: há alguns anos, os dois países lideram o mercado de Supply Chain e logística na América Latina. No Brasil, a maior economia da região, observa-se uma tendência de crescimento em setores como o e-commerce, além de um ecossistema de embarcadores integrado e consolidado. A cadeia de Supply Chain continua se modernizando, apesar dos desafios estruturais que o país enfrenta.

O México se destaca, entre outros aspectos, por sua base diversificada de provedores de serviços logísticos (LSPs).

Alguns desses insights foram apresentados em um estudo recente divulgado por Leo Laranjeira, pesquisador e sócio executivo da ILOS. A pesquisa utilizou uma análise de dados da plataforma LinkedIn Sales Navigator, focando em executivos seniores nos setores de manufatura, varejo e logística. O estudo concentrou-se em empresas com mais de mil funcionários, oferecendo uma visão sobre as grandes corporações e seu impacto no mercado logístico regional.

Brasil e México no topo

A pesquisa da ILOS confirma a posição de Brasil e México como líderes na cadeia logística da América Latina, apresentando uma estimativa de mercado significativamente maior em comparação aos demais países da região.

De acordo com Laranjeira, o Brasil se destaca pelo tamanho de sua economia e pela força de seus embarcadores, configurando-se como um mercado altamente relevante para a logística. Por outro lado, o México apresenta um panorama distinto, com uma ampla e diversificada base de provedores de serviços logísticos (LSPs) que apoiam as indústrias de manufatura e varejo.


Assim, pode-se inferir que a combinação de um sistema logístico avançado e uma base crescente de LSPs faz do México um competidor importante no campo da logística, incluindo os setores de exportação e distribuição internacional. Enquanto isso, o Brasil tende a manter seu protagonismo no mercado global, mas precisa enfrentar desafios relacionados principalmente à sua infraestrutura.

Os desafios da Argentina

O estudo também destaca que a Argentina ocupa a terceira posição no ecossistema logístico da região, embora com um mercado consideravelmente menor, representando menos de 30% do tamanho das duas principais economias.

Tal cenário pode se relacionar com questões estruturais e políticas do país, que passa por um período intensivo de reformas e de debates sobre novos rumos para a sua economia. Isso pode se refletir no tamanho comparativamente mais enxuto do mercado de logística e Supply Chain; no entanto, a Argentina continua sendo um mercado estratégico para a região.

Chile, Colômbia e Peru com potencial de expansão

Chile, Colômbia e Peru seguem na lista de mercados promissores no setor de logística da América Latina. Leo Laranjeira destacou que, apesar de menores, a força dos provedores de serviços logísticos nesses países é expressiva. Esse contexto, por sua vez, pode ser decisivo para um avanço do trio nas cadeias de suprimentos globais.   

Panamá: Tamanho não é documento

Por fim, Laranjeira destacou que, apesar de seu tamanho, o Panamá possui uma posição estratégica única que chama a atenção de executivos globais de Supply Chain. Sua localização, aliada a uma sólida base de embarcadores, torna o país um ponto essencial nas rotas logísticas internacionais.

Nesse contexto, o Canal do Panamá exemplifica como a infraestrutura logística pode impactar diretamente as cadeias de suprimento globais, permitindo que o país desempenhe um papel muito significativo na economia global contemporânea.

Fonte: Mundo Logística

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